terça-feira, 1 de abril de 2014

[Resenhando Nacional] Azul da Cor do Mar - Marina Carvalho


Título: Azul da Cor do Mar.
Autora: Marina Carvalho.
Editora: Novo Conceito (Novas Páginas).
Nº de páginas: 337.
Sinopse: ACASO, DESTINO ou LOUCURA? No caso de Rafaela, Pode ser tudo isso junto. Para alguém como ela, nada é impossível. Rafaela sonha desde a adolescência com o garoto que viu uma vez, perto do mar, carregando uma mochila xadrez... A idéia fixa não a impediu, porém, de ser uma menina alegre e muito decidida. Ela quer ser jornalista, e seu sonho está se concretizando: Rafaela Vilas Boas (um nome tão imponente para alguém tão desajeitado) conseguiu um estágio no melhor jornal de Minas Gerais. Mas, como estamos falando de Rafa, alguma coisa tinha que dar errado. O jornal é mesmo incrível, mas seu colega de trabalho, Bernardo, não é a pessoa mais simpática do Mundo. Em meio a reportagens arriscadas – e alguns tropeços -, Bernardo acaba percebendo, contra a sua vontade, que Rafaela leva jeito para a coisa... E que eles formam uma dupla de tirar o fôlego. Mas e a mochila? E o garoto, o envelope, as cartas? Um dia a estabanada Rafaela vai ter que se libertar dessa obsessão.

Nota Pessoal:

A divertida história da aspirante/quase jornalista, Rafaela, é daquelas que vai te envolver de um jeito quase impossível de largar o livro. O enredo é legal, a narrativa é fluída e envolvente e a personagem principal é do tipo que vai te arrancar boas risadas, mas também vai oferecer momentos melodramáticos, daqueles bem típicos de chick lit.

Quando eu soube do lançamento de Azul da Cor do Mar fiquei com muita vontade de ler. Muita mesmo! Acho que principalmente porque a Rafa – a protagonista – é estudante de jornalismo e eu esperava me identificar muito com a história que a autora se propôs a escrever – grande parte passada na redação de um grande jornal nacional, o terceiro maior. E não é que a experiência foi tão divertida quanto imaginei?! Marina Carvalho escreveu um chick lit que parece não fugir das características inerentes ao gênero, mas o que não se pode negar é que o resultado dessa aventura à lá comédia romântica foi tão bom quando se poderia esperar.

Logo no início – antes mesmo do primeiro capítulo – a autora nos apresenta uma Rafa criança, com dez anos, que vai passar as férias costumeiras na casa de praia dos avós e acaba conhecendo um garoto misterioso. Um garoto que andava com uma mochila xadrez – uma mochila pra lá de intrigante, é verdade. E nessas pouco mais de duas páginas a autora nos oferece esse mistério: quem é esse menino da mochila xadrez e dos olhos tão azuis quanto o mar? Esse menino que despertou não só um amor, mas uma curiosidade na Rafaela criança? Até aí tudo bem.

“ Sabe, garoto, se fosse possível, juro, eu caçava você, nem que tivesse que percorrer cada canto deste mundo. Porque alguma coisa me diz –sempre disse – que você é uma pessoa incomum, capaz de amar intensamente e se permitir ser amado da mesma forma.” Pág.: 132

Quando chegamos ao primeiro capítulo já nos deparamos com uma Rafaela adulta, vinte e um anos, estudante do sétimo período de jornalismo, e prestes a começar como estagiária no setor investigativo do Folha de Minas, o jornal de maior circulação lá de Minas Gerais.

Só que o que acontece?! Tcharãn, o mentor da Rafa no estágio é um cara super mal-humorado, chato e todo dono de si, que atende pelo nome de Bernardo. E definitivamente aquele cara – que a Rafa fez questão de deixar claro, seria muito, muito! Bonito se não fosse tão arrogante – não facilitaria a vida da nossa aspirante à jornalista.

Prontinho. Terreno preparado para o desenvolvimento de uma história que renderia boas risadas, com um casal típico que teria tudo para dar errado – e certo. E a autora mandou ver... Escreveu com a leveza que a história exigia, caracterizou seus personagens e soube passar as devidas emoções nos momentos certos, sob o olhar da Rafa – a história é contada por ela.

Um ponto relativamente importante é ressaltar o quanto a autora foi feliz em escolher o meio jornalístico para desenvolver essa história – este é o primeiro livro dela que leio. Primeiro porque a Marina Carvalho é jornalista, o que facilita e muito, porque ela nos dá uma visão experiente do exercício da profissão. Segundo porque apesar de estar prestes a entrar na universidade – adivinhem para cursar o quê? Jornalismo – eu acho (e isso é só uma suposição; achismo) que ela deu a dinamicidade da vida do jornalista, mas especificamente, do jornalista investigativo de uma forma bastante concreta e crível. Porque sim, apesar de ser um livro de ficção, estamos tratando de uma história real, no mundo real; nada melhor do que tentar ao máximo aproximar a história da realidade.

Bem, a Rafa é uma mulher bem decidida e forte. Sim, claro, ela tem os seus momentos deprê, que pensa em desistir de tudo e se encolher na cama com um pote de sorvete ou brigadeiro e deixar a vida passar lá fora. Mas isso é de vez em nunca, já que não seria fácil fazer isso com um estágio dos sonhos, um cara arrogante como mentor e o último período do curso. E o que mais a caracteriza é mesmo esse jeito desbravado de encarar as coisas. Embora ela tente agir pela razão, suas emoções quase sempre falam mais alto – e a colocam em situações nem um pouco convencionais.

Ela sabe que o Bernardo é extremamente sexy e atraente, e também o melhor jornalista investigativo do estado, mas só por isso ela o deixaria dominar?! Definitivamente não. Ela não tem medo de enfrentá-lo, diz tudo que ninguém tem coragem de dizer e é do tipo: você pode ser o melhor jornalista investigativo, mas eu também sou boa e não vou deixar você pisar em mim, estamos entendidos?! Ou seja, não esperem uma mocinha que vai viver chorando e reclamando da vida – claro que como eu falei, ela terá os seus momentos deprê. E o legal disso é que a história é contada por ela. E ela é super dinâmica.

E como existiriam chick lits se não existissem aquelas amigas?! Aquelas amigas que são companheiras e estão ali para o que der e vier, mas não deixam de te fazer passar por momentos constrangedores?! Em Azul da Cor do Mar elas atendem pelos nomes de Alice, Sofia e Gisele – esta última a tal de ‘amiga da onça’. Essas meninas estão ali, ajudando a Rafa quando necessário, trazendo momentos de descontração para a história e não deixam de trazer também a dose de humor. Elas são demais!

Ah, tem o Marcelo também. Porque claro, tem um triângulo amoroso. Ele trabalha no setor de esportes e dá sempre um jeitinho de ‘cantar’ nossa protagonista. Ela que não é nem um pouco boba, e sabendo que isso irritaria o Bernardo-atraente-e-arrogante, resolve dar uma chance furada ao parceiro de profissão. Insira agora aqueles ciúmes de uma faísca de amor, vindos de Bernardo. Mais uma dose de complicação na vida de Rafa.

Mas nem tudo são divertimentos e risadas no livro. Como Rafa é estagiária no setor de jornalismo investigativo – trabalhando ao lado de Bernardo – a profissão exige também que ela passe uns maus bocados. Ela sente, e a autora expôs isso divinamente bem, a adrenalina correndo nas veias ao conseguir furos bombásticos; ela coloca a vida em risco para buscar a informação, e acima de tudo: ela ama o que faz. Temos então bons momentos de tensão e apreensão no livro também.

A família de Rafa também tem um papel importantíssimo na vida da nossa pequena grande jornalista. Ela mora com dois irmãos – ela é a única mulher dos quatro filhos – e eles sempre dão um jeito de mexer, engraçada e positivamente falando, com a vida dela. Seja nos momentos de dificuldades, seja para trata-la, em suas próprias palavras, como a faz tudo na casa – ou se quisesse viver num ninho de bagunças, rsrs.

E pra finalizar – acho que já escrevi demais – nós temos o tão esperado encontro da Rafa e do menino da mochila xadrez, lá de quando ela era criança. (Estavam esquecidos, né?!). A Rafa não estava. Ao longo dos anos ela alimentou as esperanças de um dia, quem sabe, encontrar novamente com o garoto e entregar para ele a história que ela escrever... A história que ela devaneou para eles. No fundo, no fundo, e apesar de ser durona, a Rafa é mesmo uma romântica sem jeito.

Ufa. Acho que acabou. Então, para deixar tudo mais claro, eu quero dizer que se Azul da Cor do Mar te despertou, assim como em mim, curiosidade, leiam. E se não despertou, recomendo ainda mais, porque você vai se surpreender. Não é uma história com desfechos e densidades muito grandes, mas é leve, divertida e vai te render momentos muito mais que agradáveis ao lado de uma garota que nada mais quer do que encontrar um cara bacana, ser uma jornalista respeitada e viver uma história muito legal!

“ – Quero dizer, Rafa, que não sei ao certo quando, embora compreenda bem o porquê, mas estou louco por você. Não louco de raiva. Louco... por você.” Pág.: 284

Boa Leitura!

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2 comentários:

  1. Oi Ronaldo *acena*
    que legal você resenhar esse livro, to louca para ler. Rafa e Bernardo prometem arrancar boas risadas do leitor em sua comédia romântica
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  2. Se já fiquei com vontade de ler no clube do livro... Agora estou loooouca para comprar. Obrigada pela dica de leitura

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